Na treva da província, seleção de poemas organizada e apresentada pelo crítico e também poeta Donny Correia, surge para, se não suprir, ao menos diminuir esta lacuna em nosso mercado editorial, contribuindo assim para o desenvolvimento de uma fortuna crítica mais ampla e rigorosa em relação à obra de Perneta. Organizada em três seções, esta antologia oferece um eficiente e prazeroso panorama da imensa “elasticidade estética” presente na obra de um autor que, à revelia de quaisquer simplificações erguidas sobre atitudes de menosprezo, perpassa pelo menos três escolas literárias distintas: romantismo, parnasianismo e simbolismo. Aqui, a virulência modernista do julgamento de Trevisan é abandonada em favor de um equilibrado reexame da poesia do paranaense, sob a luz da história e dos embates éticos e estéticos de seu tempo.
Sem descuidar daquilo que nela é intempestivo, quer dizer, a arte de seu criador, Donny Correia situa a obra de Emiliano dentro do panorama maior do simbolismo brasileiro que, por sua vez, é lido como um primeiro momento de ruptura interna com o status quo parnasiano, dominante na Belle Époque nacional. Através destas lentes é que Correia observa na poesia de Perneta – em seu flerte com o satanismo, em sua verve às vezes pessimista e decadentista, prenhe de desilusões – a antecipação de muitos dos aspectos trágicos e das contradições dramáticas que marcariam o século XX (mas também o XXI), demonstrando a modernidade incipiente e a força inequívoca que, para além dos verbetes dos dicionários da poesia simbolista brasileira, a obra do autor possui.
Uma leitura necessária, portanto, para que os feitiços (a)críticos que ainda pairam sobre a figura de Emiliano finalmente se quebrem, revelando ao leitor aquilo que existe por detrás do sapo brejeiro e do príncipe provinciano: o poeta pela sua poesia.
Sem descuidar daquilo que nela é intempestivo, quer dizer, a arte de seu criador, Donny Correia situa a obra de Emiliano dentro do panorama maior do simbolismo brasileiro que, por sua vez, é lido como um primeiro momento de ruptura interna com o status quo parnasiano, dominante na Belle Époque nacional. Através destas lentes é que Correia observa na poesia de Perneta – em seu flerte com o satanismo, em sua verve às vezes pessimista e decadentista, prenhe de desilusões – a antecipação de muitos dos aspectos trágicos e das contradições dramáticas que marcariam o século XX (mas também o XXI), demonstrando a modernidade incipiente e a força inequívoca que, para além dos verbetes dos dicionários da poesia simbolista brasileira, a obra do autor possui.
Uma leitura necessária, portanto, para que os feitiços (a)críticos que ainda pairam sobre a figura de Emiliano finalmente se quebrem, revelando ao leitor aquilo que existe por detrás do sapo brejeiro e do príncipe provinciano: o poeta pela sua poesia.
Informações técnicas | |
Número de Páginas | 176 |
Ano de Publicação | 2021 |
Editora | KOTTER |
Autor | DONNY CORREIA |
ISBN | 9786589624158 |
Comprimento (cm) | 21 |
Largura (cm) | 15 |