• Metáforas íntimas
Ao buscar as balizas externas necessárias a um caminhar compartilhado e orientado, o indivíduo contemporâneo notará que as pessoas que o cercam estão igualmente confusas, igualmente solitárias, resignadas a um todo aparentemente sistemático que não compreendem, ou embotadas numa ignorância voluntária que reduz suas existências a objetivos instrumentais e à competição sexual e econômica. É neste contexto no qual se encontra que iremos encontra-lo largado à sua própria sorte, buscando um sentido pessoal à sua vida plena de atividades em meio a um desespero difuso, cujo fracasso nós já podemos antecipar. Esse esforço solitário por dotar a vida de algum sentido pessoal exclusivo em um todo que parece não existir equivale ao esforço da célula que foi isolada do tecido e se sente livre, enfim, para viver sua autonomia, sem se dar conta de que a sua própria constituição não pode ser concebida sem seu lugar no todo pressuposto. Essa célula sem o todo pressuposto é o indivíduo idiossincrático, é aquele que obsessivamente procurará uma explicação individual para a existência própria, é o que superporá a sua vida psíquica ao complexo sistema social, é o que superporá as relações sociais às experiências existenciais. Se a idiossincrasia é a característica comportamental peculiar do indivíduo atual, na sociedade de indivíduos, na qual o todo orgânico é pensado como inexistente, tal como uma sopa de células, somos todos parcelas idiossincráticas.
Informações técnicas
Número de Páginas 184
Ano de Publicação 2021
Editora KOTTER
Autor JOÃO DA CRUZ GONÇALVES NETO
ISBN 9786589624127
Comprimento (cm) 16
Largura (cm) 23
Altura (cm) 1,6

Metáforas íntimas

  • Editora: KOTTER
  • Disponibilidade: Em estoque
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