Originalmente publicado no volume das obras completas de 1992, Marahu poemas ganha pela primeira vez edição autônoma e apresenta-nos a produção dos anos imediatamente anteriores à sua publicação. Aqui estão os poemas que Max escreveu durante a estada de seis meses em Viena, em 1990, aqueles da notação breve e pessoal, que marcará também o seu livro seguinte, o último, Colmando a lacuna. É nessa extrema economia verbal e aparente simplicidade formal, incomparáveis na sua poesia, que Max alcança a uma só vez a sofisticação e o despojamento dos grandes poetas que vivem a sua arte. O poema "Detrás de tudo", curto inventário de um breve momento — um instantâneo —, comprova isso e caracteriza exemplarmente essa nova fase. Para Michel Riaudel, que assina o prefácio, o poeta faz "de cada poema uma contração da experiência vivida, instante flagrado e fixado na página, ou se desdobrando après coup em iluminações aforísticas. O ritmo do verso, distendido, fragmentado, declinado em degraus, mimetiza esses breves e sucessivos acessos de lucidez, ínfimas ondas aos poucos reveladas, tomando pé na areia branca da página".