A prática sertanista para a defesa dos povos indígenas é relativamente recente. Oposto ao sertanismo de bandeira, que, entre outros objetivos, visava a conquista de riquezas, o sertanismo indigenista tem como propósito principal garantir a sobrevivência de povos indígenas, isolados ou não. Teve início com a atuação do marechal Cândido Rondon, o primeiro sertanista indigenista, e com a criação do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), sucedido em 1967 pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Em 2010, o Sesc São Paulo realizou o encontro Memórias sertanistas: cem anos de indigenismo no Brasil, organizado pelo jornalista e cientista social Felipe Milanez, que reuniu especialistas na cultura indígena para discutir os cem anos do sertanismo indigenista no país e conhecer a atuação desses profissionais na defesa dos povos indígenas. Resultante desse evento a presente obra, divida em cinco partes, traça um abrangente painel sobre o sertanismo no contexto das questões indígenas no país. Na primeira delas, é apresentada a história dos sertanistas, resgatando a memória dos precursores interessados em defender os primeiros habitantes e chegando até o período mais recente, com a criação do Departamento de Índios Isolados e as Frentes de Proteção Etnoambiental. A parte dois trata da resistência às políticas institucionais adotadas pelos sucessivos governos militares entre 1964 e 1985, e da criação da Funai, em 1967. Na terceira parte, dois líderes indígenas, Afukaka Kuikuro, do alto-xingu, e o xavante Paulo Supretaprã analisam a convivência com a cultura dos warazu (invasores). Seguem-se, então, os relatos memorialísticos de dez sertanistas que, atuando em diferentes lugares do país, compartilham suas experiências e trajetórias marcadas por profundo engajamento na defesa dos direitos dos índios. A quinta e última parte trata do futuro da tradição sertanista, na qual se adverte que no futuro, mais ainda do que no passado, o destino está nas mãos dos próprios indígenas. E quanto mais eles conseguirem apoio de gente como os sertanistas, melhores chances terão de enfrentar as ameaças e lutar por autonomia. Doze personagens incomuns (treze com o autor) narram suas histórias de vida, descrevendo seus principais feitos e realizações. Em cada um dos relatos envolventes, genuínos, vibrantes surgem, de um lado, dolorosas reflexões acerca de um mundo bipartido entre vencedores e vencidos e, de outro, lembranças orgulhosas de muitas conquistas alcançadas. Os protagonistas são bastante diferentes entre si, mas iguais na causa, no desprendimento e na generosidade de doar sua vida aos outros, conforme afirma a antropóloga Betty Mindlin no prefácio do livro.
Informações técnicas
Número de Páginas 424
Ano de Publicação 14.01.2022
Autor Felipe Milanez; Danilo Santos de Miranda; Betty Mindlin; Felipe Milanez; Felipe Milanez; Afukaka Kuikuro; Paulo Supretaprã Xavante; Afonso Alves da Cruz; José Porfírio Fontenele de Carvalho; Fiorello Parise; Odenir Pinto; Sydney Possuelo; Wellington Gomes Figueiredo; José Meirelles; Marcelo dos Santos; Altair Algayer; Jair Candor;
ISBN 9788579951770
Comprimento (cm) 2.5
Largura (cm) 19
Altura (cm) 25

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Memórias sertanistas - Cem anos de indigenismo no Brasil

  • Editora: EDICOES SESC
  • Disponibilidade: Em estoque
  • R$70,00
  • R$56,00


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