Este livro sobre 1968 no Brasil tem com eixo de análise o movimento estudantil. Sua originalidade e sua conseqüente contribuição para os estudos sobre esse momento de inflexão na sociedade brasileira podem ser destacadas a partir de alguns traços que o distinguem. A construção detalhada e rigorosa de quatro momentos do ano de 1968 no Brasil é redigida com base em uma questão central, a violência, que se constitui na linha interpretativa do trabalho. Focalizando o jogo político entre o movimento estudantil e a ditadura militar, faz incidir aí um outro “ator”, a imprensa da época, até então inexplorado nesse registro de análise, nos estudos já existentes. Outro traço a ser destacado é o da estratégia narrativa utilizada para a construção do texto. A linha interpretativa centrada na questão da violência vai emergindo ao longo dos quatro momentos de um relato em que a posição temporal do narrador coincide com a do tempo histórico de 68. A estratégia do discurso faz com que os quatro momentos sejam narrados em uma posição de relativa ignorância do desfecho, embora este seja antecipado na Introdução da obra. A questão da violência, cuja percepção hoje é mais evidente, pode ser então contrastada com o relativo desconhecimento dos diversos sentidos de ação em confronto, cujas conseqüências tinham um certo grau de imprevisibilidade.
Informações técnicas | |
Número de Páginas | 310 |
Ano de Publicação | 2016 |
Editora | UNICAMP |
Autor | VALLE, MARIA RIBEIRO DO |
ISBN | 9788526807969 |
Comprimento (cm) | 21 |
Largura (cm) | 14 |
1968: O diálogo é a violência
- Editora: UNICAMP
- Modelo: 502000007
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