Grande parte do trabalho do professor seria facilitado se o estudante já viesse para a escola predisposto para o estudo e se, em casa, ele pudesse contar com alguém que, convencido da importância da escolaridade, o estimulasse a esforçar-se ao máximo para aprender. Mas a escola não pode deixar de fazer a sua parte.

Isso inclui – além de um ensino efetivamente agradável – o acolhimento dos pais, o cumprimento do dever de atender a seus interesses educativos e o oferecimento de uma escola da qual todos possam gostar.

Antes mesmo de a atual onda neoliberal tomar de assalto os assuntos oficiais da educação, e interpretar a participação na comunidade na escola como mera substituição do dever do Estado, Vitor Paro já alertava para a perversidade dessa concepção, que não reconhece o direito dos usuários de participarem nas decisões e reduz sua ação à execução de serviços diversos e à realização de bingos e festas para angariar fundos. Neste novo livro, Paro traz uma dimensão pouco explorada desse tema. Trata-se de reconhecer não apenas o direito de participação dos responsáveis pelos educandos, mas também a necessidade que uma boa escola tem dessa participação.

Assim, Paro examina os múltiplos ângulos da questão, apontando as perspectivas de uma adesão ativa de pais ou responsáveis aos propósitos educativos da instituição escolar, no intuito de melhorar o aprendizado.