A gênese deste livro nasceu do encontro entre uma afirmação de Roberto Schwarz e uma obra de Gonçalves Dias chamada Meditação. Segundo o crítico, o favor, mediador das relações sociais, levou os escritores românticos a não tocarem no tema da escravidão de maneira mais explícita, disfarçando, em suas interpretações do Brasil, a violência que sempre reinou na esfera da produção. No entanto, apesar de Meditação situar-se numa posição marginal à história literária, Gonçalves Dias produziu uma obra que se caracteriza não apenas por ser avessa às expectativas românticas oficiais, mas, sobretudo, por trazer em si todos os elementos necessários à explicitação das várias mazelas sociais do Brasil oitocentista, o que, por tabela, traduz-se num gesto inconteste de denúncia. A publicação de Meditação, em 1850, a despeito de possíveis ressentimentos e/ou censuras, representa simbolicamente uma verdadeira afronta à política do favor e, ao mesmo tempo, reflete o desejo do poeta de interferir, ao menos literariamente, no aperfeiçoamento do processo formativo da sociedade brasileira, cuja ascensão à civilidade, para ele, passava pelo fim do trabalho escravo.
Informações técnicas | |
Número de Páginas | 279 |
Ano de Publicação | 2010 |
Editora | EDUFSCAR |
Autor | WILTON JOSÉ MARQUES |
ISBN | 9788576001744 |
Comprimento (cm) | 23 |
Largura (cm) | 16 |
Altura (cm) | 2,1 |
Gonçalves Dias: o poeta na contramão
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