• Homem Deserto sob o Sol O
firmam alguns que a poesia não serve para nada. Poderia ser verdade, mas não é. Poesia não serve para nada... a não ser para a essência do ser, para o essencial da vida. O poeta tem o olhar que reflete, não o que mede. O olhar que mede é preconceituoso – o poeta é aquele que a rigor não tem preconceito algum. Outra coisa: o artista não tem que ter pressa, não tem que ter carência e ânsia de ser reconhecido. Literatura? Arte e cultura? Só se não der para escapar. Se for só para pensar em conquistar fama, sucesso e dinheiro (ou, como se diz brincando, vinho, mulheres e música), não vale o sacrifício. Porque é esforço, sacrifício e dedicação o tempo todo. Parece uma vida só de beleza e felicidade. Mas não é. E, ao mesmo tempo, é.
Tudo o que foi dito acima semelha compor o retrato do poeta Edivaldo de Jesus Teixeira. O silêncio, a discrição, a modéstia são qualidades encontradas no texto e na maneira de ser deste poeta e juiz paranaense, radicado em Mogi das Cruzes, São Paulo. Seu fazer poético é de uma precisão e beleza bem caras à própria natureza da poesia. Quem conhece de fato poesia, sabe que ela ama a concisão, a economia de linguagem, a escritura enxuta, sem adiposidades. Reservada e circunspecta, sua ars poetica é ímpar, singular e plural a um só tempo. Tom Jobim disse certa vez que as pessoas pensam que música é ruído organizado; música é silêncio. Ruído é excitante, impacta. Ingrediente básico da poesia, silêncio induz ao sussurro.
O silêncio para fora nos propõe contemplação: da natureza e da natureza do homem. Octavio Paz, em seu livro de ensaio O Arco e a Lira, reconhece que a natureza é indiferente e desconhece o Homem. Talvez por causa desse fato o ser humano investe tão agressivamente contra ela. Tendo como pano de fundo a esperança, O homem deserto sob o sol desce o lutuoso tecido da solidão, compondo salmos, elegias, sonetos, cantos, canções, fugas, ressonâncias, vozes a denunciar que na sinfonia da vida o maestro acaba por se matar antes de alcançar a harmonia. Mas o poeta, este aqui, homenageia seus antecessores na escrita, os que vieram antes: Borges, Lorca, Dante, Drummond, Murilo Mendes, Gullar, Baudelaire, Mallarmé, Eliot, Pound, Bashô, entre outros pares. Vale o diálogo, apesar de certo pessimismo.
Informações técnicas
Número de Páginas 104
Ano de Publicação 2008
Editora LETRA SELVAGEM
Autor EDIVALDO DE JESUS TEIXEIRA
ISBN 9788561123017
Comprimento (cm) 21
Largura (cm) 14

Homem Deserto sob o Sol O

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