Corpo pivotante e magnético, perambulando pelas favelas íngremes e agitadas do Rio ou pelas ruas lotadas de São Paulo, Helena Ignez foi capaz de insuflar na tela uma energia sem limites em contato direto com a cultura fervilhante de seu país e as vicissitudes de sua época. Ao mesmo tempo expressionista e burlesca, hierática e sexual, cerebral e animal, naturalista e poética, Helena é uma atriz plural, que impressiona a película com sua presença singular, impondo um jogo excêntrico e político tão flamejante quanto seu emblemático vestido vermelho carmim. Depois de iniciar-se nos filmes de autor da modernidade dos anos 1960, torna-se, em 1970, ícone do cinema marginal em luta contra a censura do governo militar e a dominação da linguagem televisiva, que constituiu, através dos olhares ácidos e inspirados de Rogério Sganzerla e Júlio Bressane, uma contestação formal e política ao academicismo artístico e institucional daquele período conturbado. Desde os anos 2000, a atriz prolonga sua arte barroca para o teatro e para trás das câmeras: cineasta independente, concebe, muitas vezes em família (com sua filha e genro atores), obras ecléticas (da comédia onírica ao documentário sobre o faquirismo) que continuam expressando, com ferocidade, seu ponto de vista iconoclasta sobre a torpeza do mundo contemporâneo.
Christophe Damour é professor de estudos cinematográficos na
Universidade de Strasbourg (França), autor de Al Pacino, le dernier
tragédien e Montgomery Clift, le premier acteur moderne.
Informações técnicas | |
Número de Páginas | 232 |
Ano de Publicação | 20.07.2021 |
Autor | Pedro Guimarães; Sandro de Oliveira; Danilo Santos de Miranda; Ismail Xavier; Pedro Guimarães; Sandro de Oliveira; |
ISBN | 9786586111446 |
Comprimento (cm) | 1.4 |
Largura (cm) | 15 |
Altura (cm) | 21 |
Helena Ignez - Atriz experimental
- Editora: EDICOES SESC
- Modelo: 502700059
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