Fruto de pesquisas realizadas nos últimos anos pelo Laboratório de Experimentações Etnográficas (LE-E) da Instituição, a obra reúne uma coletânea de textos sobre experiências de povos culturalmente distintos (de ribeirinhos, indígenas, quilombolas e camponeses a residentes em áreas rurais e periferias urbanas) e engajados na resistência aos impactos socioambientais de grandes projetos de desenvolvimento - em contextos dos mais diversos - do norte de Moçambique a Minas Gerais, campos de Roraima, rios do Xingu, rio Iratapuru e em terras no Vale do Ribeira. São povos que defendem, por meio de lutas sociais, a multiplicidade e a coexistência de modos de vida.

Ao longo de 227 páginas, os autores buscam desenvolver problemas de pesquisa em colaboração com pessoas que já estão tentando resolver questões em seus territórios - como a invasão de suas terras e a contaminação dos rios -, potencializando o impacto social da universidade.

Para isso, trazem a etnografia como ponto chave. Como metodologia, descrevem e estudam os modos de vida dos mais diversos povos e sua relação com a terra.

E a obra vai além: traz a etnografia também como engajamento coletivo. "Além de ser uma forma de conhecimento que evidencia os engajamentos coletivos já existentes no mundo (entre organizações, movimentos e lideranças), a etnografia pode ser considerada, ela própria, uma forma de engajamento coletivo, pois é feita junto com os interlocutores de pesquisa. A pergunta não é mais como falar sobre o mundo a partir do conhecimento científico e acadêmico, mas com o mundo, a partir da elaboração conjunta de problemas de pesquisas", registra Morawska.

Nesse sentido, o livro é, também, um convite do LE-E a pensar o lugar da universidade e seu papel de construção de conhecimento junto a movimentos que lutam contra a perda de direitos sociais e ambientais.

Por isso, é destinado a professores e estudantes de cursos em diversas áreas - de Antropologia Social, Sociologia, Ciências Sociais, História, Geografia e Pedagogia a Ecologia, Etnobiologia, Engenharia Ambiental, bem como Direito e Relações Internacionais. Também pode interessar pessoas de movimentos sociais - indígenas, quilombolas, pequenos agricultores e mulheres, dentre outras - e Organizações Não Governamentais (ONGs).


Fonte: https://www.ufscar.br/noticia?codigo=14531
Adriana Arruda - Publicado em 30-03-2022 12:00

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